domingo, 12 de dezembro de 2010

Mariscos David ao mel e mostarda Dijon


Este marisco foi o subproduto de um almoço que não foi bem planejado. O encontro desta semana seria na minha casa, no domingo, uma vez que eu tinha um compromisso para o sábado à noite. Pensei em fazer um risoto de salmão para acompanhar vinhos rosados. Fui ao mercado de peixes, mas o que encontrei não me inspirou confiança. Resolvi mudar para risoto de mariscos, uma vez que estes estavam mais frescos.

Só mais tarde foi que me lembrei que a Clara não come ostras nem mariscos. Fiquei num dilema relativo, pois os vinhos já haviam sido combinados. Entretanto, quando fui ao supermercado para comprar o restante do que precisava para a refeição, encontrei salmão congelado de qualidade muito superior ao do mercado. Comprei uma peça e voltei ao planejamento original. Só que agora eu estava também com um peso de mariscos frescos e tinha que dar-lhes um bom destino. Daí surgiu a idéia da preparação que vai descrita abaixo.

INGREDIENTES

  • 500 g de mariscos limpos e sem concha;
  • uma colher (sopa) de mel;
  • uma colher (sopa) de mostarda de Dijon;
  • 50 ml de azeite de oliva;
  • duas colheres (sopa) de vinagre balsâmico;
  • alcaparras para decorar;
  • sal e pimenta a gosto.


MODO DE PREPARAR

Lave muito bem e escorra os mariscos. Ferva uma quantidade de água com sal que dê para cobri-los e afervente-os. Basta mergulhá-los e, quando a fervura se restabelecer, escorrê-los e reservar.

Enquanto os mariscos tomam a temperatura ambiente, misture os demais ingredientes, batendo-os muito bem com um fouet, e acertando o sal e pimenta. Junte os mariscos, envolva-os no molho, cubra com um filme plástico e leve à geladeira por, no mínimo, uma hora. O melhor é prepará-lo com mais antecedência. Na hora de servir, salpique alcaparras a seu gosto.

Trata-se de algo tão simples e com um resultado tão bom, que superou o prato principal do dia na harmonização com a bebida. Assim sendo, quem quiser um casamento perfeito como o espumante Casa Perini Brut Rosé, sugiro estes mariscos como prato de entrada. Seu delicado paladar doce-azedo foi complemento perfeito para o ligeiro amargor do espumante.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

”Escondidinho" de Camarão

Embora o Sérgio tenha publicado uma receita de escondidinho antes que eu tivesse a oportunidade de fazer a minha versão, os amigos insistiram para que eu o fizesse, mesmo assim. Tenho a impressão que o prato agradou, pois não sobrou nem um restinho "para o gato".

INGREDIENTES:

Purê:

  • 1 kg de mandioca (aipim)
  • 250 ml de leite
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • sal

Após o cozimento, amasse a mandioca com um espremedor de batatas. Leve ao fogo e junte a manteiga e o leite aos poucos, até obter um purê firme. Reserve.

Recheio:
  • 1 kg de camarão fresco (podem ser pequenos)
  • 1 cebola picada
  • 2 tomates picados sem pele e sem semente
  • sal
  • suco de limão
  • pimenta
  • 2 colheres de molho de tomate
  • salsa
  • azeite
  • manjericão a gosto

Após descascar o camarão, tempere com sal, pimenta, suco de limão e azeite. Deixe descansar por alguns minutos e leve-o ao fogo até ficar rosado e soltar o caldo. Retire o camarão e reserve o caldo.

Coloque uma colher de azeite na panela e doure a cebola. Acrescente o tomate, o molho de tomate e o caldo do camarão. Deixe cozinhar por alguns minutos. Em seguida, adicione o camarão e faça a correção de sal. Por último, coloque a salsa, o manjericão e cozinhe por mais ou menos 2 minutos.

Para gratinar:
  • Queijo mussarela
  • Queijo parmesão

MONTAGEM:

Espalhe uma camada fina do purê no fundo de um recipiente refratário. Distribua o recheio de camarão e cubra com purê. Finalize com os queijos mussarela e parmesão ralados. Leve ao forno para gratinar até dourar. Quando estiver pronto, decore com alguns camarões e folhinhas de manjericão.


Entre os vinhos disponíveis na noite, o que melhor harmonizou com esta preparação foi o branco italiano Matile, feito da uva Pinot Grigio.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"Escondidinho" David - Carne de Siri

A idéia de fazer hoje este prato pra lá de manjado veio simultaneamente de diversas fontes. Em primeiro lugar, havia já um bom tempo que ninguém colocava nada aqui. Além disso, ainda ontem o Pascoal comentou que a Clara estaria planejando fazer um "escondidinho" para acompanhar os vinhos que tomaremos neste final de semana. Por fim, há muito tempo eu estava tentando esvaziar meu freezer para poder limpá-lo adequadamente, e um pacote de carne de siri era a última coisa que restava. Significa que amanhã, lá estará o papai aqui dando uma "geral" nele...

Sempre que se fala em "escondidinho", a idéia é de uma comida improvisada e sem charme. O Pascoal mesmo, comentando a intenção da Clara, disse que procurava um nome mais "charmoso" para o prato. Eu também procurei, mas não encontrei nada interessante ou diferente. Vai "escondidinho" mesmo. O mais tradicional e conhecido é feito com purê de mandioca (aipim) e carne seca. Eu faço com purê de batata. E o recheio vai depender da disponibilidade do momento. Como disse, hoje foi de carne de siri. Vamos lá, portanto.

INGREDIENTES
  • Duas cebolas picadas;
  • um pimentão colorido;
  • um ou dois dentes de alho picados;
  • 4 batatas de bom tamanho (cerca de 800 g);
  • 1 batata-doce de bom tamanho (cerca de 200 g);
  • 30 g de manteiga;
  • 50 g de queijo provolone;
  • 50 5 de queijo parmesão ralado;
  • cinco ou seis tomates concassé picados;
  • 50 g de bacon picado;
  • um fio de azeite;
  • cerca de 500 g de carne de siri;
  • uma ponta de colher de açúcar;
  • sal, pimenta e ervas a gosto.
MODO DE PREPARAR

Vamos começar com o siri. Faça um bom molho de tomate pedaçudo, fritando no azeite o bacon, a cebola, o alho, temperando tudo a gosto e juntando a carne de siri e o pimentão. Deixe levantar fervura e procure deixar o recheio o mais seco possível.

Em seguida, prepare o purê. O meu purê é o mais simples do planeta. Apenas cozinhe as batatas e a batata-doce em água com sal, até que fiquem macias. Descasque e e passe, ainda quentes, pelo processador, junto com um dente de alho e cerca de uma colher de manteiga. Nem precisa sal. Quando estiver bem liso, está pronto. Há quem prefira o liquidificador, mas na minha opinião, o processador é mais fácil de operar.

Agora vamos à montagem do "escondidinho". Sobre um refratário interessante e que possa ir à mesa, coloque metade do purê. Cubra com parmesão ralado. Sobre o parmesão, coloque a carne de siri (ou o recheio que estiver sendo usado no dia). Sobre o recheio coloque o restante do purê. Cubra com lascas de queijo provolone e leve a gratinar. Está pronto para servir, acompanhado de arroz branco e um Chardonnay de bom corpo.

Um pequeno macete que eu uso, é fazer a montagem do prato em vários recipientes individuais. A razão disso é que, em um único refratário grande, logo a comida ficará "mexida" e feia, pois o queijo derretido em sua superfície tende a formar uma crosta mais densa que o purê. Em cumbucas individuais, cada qual é responsável pela aparência do que come, não é?

Bom apetite! E que venha a preparação da Clara!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Lombo David, assado na panela

Estou cada vez mais voltando "às origens", por assim dizer. Tenho estado mais interessado em postar preparações de que me lembro serem feitas na minha casa, que aquelas aprendidas nos Cordon Bleu da vida. A carne de hoje é um desses casos.

A Renata (http://renatacozinhacomgraca.blogspot.com/) me mandou dois vídeos a respeito do Mercado Central de Belo Horizonte e, sem saber, me levou a uma viagem pelos aromas e sabores "de antanho". E há poucas coisas mais evocativas que o delicioso cheiro de um lombinho assando na panela.

Eu sempre faço o lombo no forno, mergulhado em certa quantidade de vinha d'alho, pela praticidade e rapidez. O sabor fica bom, mas nem em sonho se aproxima daquele que se faz na panela, em fogo baixo, cozinhando por horas... E esta é exatamente a única dificuldade do lombinho que vou descrever: tempo! Mas isso não é novidade, pois todos sabem fazer e já fizeram o que estou postando.

INGREDIENTES:

  • Um pedaço de lombo (mais ou menos 1 Kg)
  • um fio de azeite
  • sal
  • pimenta
  • água
  • tempo

MODO DE PREPARAR:

Escolha um pedaço de carne que caiba na sua maior e mais pesada panela com tampa. Quem tiver uma daquelas charmosíssimas Le Cruset, alegre-se: chegou a hora de usá-la (Eu não tenho. Snif...).

Aqueça a panela e um fio de azeite. Quando estiver bem quente, coloque a carne, fritando-a de todos os lados, inclusive nas pontas. Junte um pouquinho de água, tampe e deixe cozinhar em fogo baixíssimo. De tempo em tempo, pingue mais água e vire a carne. Tempere apenas com sal e pimenta. Nem precisa muito sal, pois ele se concentrará na gordura que escorrerá da carne.

Esse processo deve ser repetido por cerca de duas horas. Nesse meio tempo, amarre o cachorro e tranque o portão, pois senão ele pode invadir a cozinha atrás do perfume exalado, da mesma forma como podem surgir vizinhos "agarrados pelo nariz", com qualquer desculpa que justifique um convite para o almoço! Não tenho certeza, mas os aromas desprendidos devem estar em alguma lista de pecados irremissíveis. É bom demais!


Quando a carne estiver desfiando nas beiradas, é que está pronta. É hora de retirá-la da panela para descansar um pouco na tábua, antes de ser fatiada.

Não desligue o fogo. Aquele fundo de panela, já completamente caramelizado, também será aproveitado. Basta deglaçar com água mesmo, corrigir o tempero, deixar reduzir, coar e servir sobre a carne. Claro que, quem preferir, pode incrementar com alho e cebola ou, simplesmente, fazer uma farofa sobre aquilo. Tudo delicioso!

Para acompanhar basta arroz branco e alguns legumes cozidos no vapor. Para beber, uma boa taça de Carménère e a vontade de ser feliz!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Broinha de fubá de canjica

Teoricamente, esta é uma receita pra lá de simples. Só teoricamente. Ou então, eu é que sou muito incompetente. O que vencer primeiro. Há anos tento fazer essa especialidade da Denise, uma de minhas sobrinhas, que a faz em minutos quando a visito. Já fiquei perto enquanto ela fazia, já "traduzi" as medidas mineiras para o sistema métrico decimal, e sempre que tentei, deu errado.

Hoje, motivado pelo tédio de um feriadão mal aproveitado, resolvi experimentar mais uma vez. Errei a primeira fornada, mas acertei a segunda, em cheio! Vamos à receitinha, que é o que fazemos quando algo dá certo.

INGREDIENTES:
  • 4 ovos
  • 3 colheres (sopa) de açúcar cristal
  • 1 copo (lagoinha) de leite (200 ml)
  • 1 copo (lagoinha) menos 1 dedo, de óleo (175 ml)
  • 1 pitada de sal
  • 8 colheres (sopa) bem cheias de fubá de canjica.

MODO DE PREPARAR:

Bater tudo bastante (em batedeira elétrica, de preferência, para poupar o "muque"). Untar uma xícara ou cumbuquinha, passar farinha, colocar um pouco da massa, balançar para dar forma de bola e despejar em um tabuleiro untado, dando espaço entre as bolinhas, porque crescem bastante.

Forno quente até ficarem douradas. Depois, baixar o fogo para não murcharem.

O mais difícil é conseguir um bom fubá de canjica por aqui... E acertar o ponto, claro, que foi onde errei todas as vezes anteriores. Estou achando que o tabuleiro também influencia. A Denise faz naqueles tabuleiros de alumínio. Eu hoje tentei em um Pyrex de lasanha e não funcionou. Queimou o fundo e o miolo ficou cru. Passei para a forma de pizza, que é aberta dos lados, e funcionou. Será isso?

sábado, 9 de outubro de 2010

Quiche David


Há um tempo fiz tantas quiches seguidas, que jurava ter postado a receita básica aqui. Tanto que hoje iria colocar no título do post que isto seria uma "reciclagem". Acontece que raramente faço um prato duas vezes da mesma maneira. Isso porque, quase sempre, faço a preparação sem olhar as milhares de anotações que tenho em uma gigantesca pasta de arquivo. Com as quiches não foi diferente. Depois de fazer várias vezes de uma mesma maneira, e até de haver anotado a maneira que funcionou melhor, comecei a fazer alterações, e hoje me dei conta que estava com uma preparação sensivelmente diferente daquelas do início.

A primeira coisa que modifiquei foi a massa. Passei a adotar a massa que a Clara me ensinou, embora, claro, com modificaçõezinhas sutis. É que a massa dela era a famosa "podre" e eu não gosto de pedaços de massa caindo no colo e grudando a boca, impedindo-nos de falar "farofa fofa faz fofoca no feijão" sem espirrar tudo pra todo lado. A massa que uso hoje é menos podre que a da Clara e mais que a minha. Pronto.

Outra coisa que modifiquei foi a colocação do queijo. Se antes eu fazia uma camada entre o recheio e a cobertura, agora incorporo-o à cobertura e isso resulta em uma cobertura mais densa e com mais sabor.

Para o recheio, nem é preciso dizer, de cada vez uso um elemento diferente. Dá para fazer quiche de tudo. Até agora a que menos me agradou foi a tradicional "Quiche Lorraine", que achei muito gordurosa para meu pobre fígado. Afora isso, acho que ainda só não fiz de fatias de pneu de FNM!

Outra coisa a ser anotada é a minha confessa paixão por utensílios. Tenho uma verdadeira coleção de formas de quiche, de diversos tamanhos, e ainda assim, às vezes uso a forma daquelas tortas americanas de maçã. Aquelas que se parecem com um prato fundo. Mania não se explica, né não?

Só me recuso a usar as formas de alumínio em geral e as de "fundo falso" em particular, aí incluídas as mais nojentas, cobertas de Teflon. É só uma questão de higiene. Todas as que vi na casa de outras pessoas, incluindo os meus parentes, têm sempre uma sujeira entranhada, agarrada nos cantinhos da dobradiça. Argh! Formas de porcelana ou de Pyrex não grudam a comida e são fáceis de se limpar.

Vamos, portanto, à receita que está valendo hoje. E vou dividí-la em partes, para facilitar os improvisos de quem quiser se aventurar. Uma quiche é, basicamente, uma massa, um recheio e uma cobertura fofa. Vamos à massa:

INGREDIENTES DA MASSA
  • 2 xícaras de farinha de trigo. Uma xícara é o equivalente a 7 colheres de sopa ou 8 Oz., ou ainda, a 250 ml, para quem tem aqueles medidores graduados (tenho vários. Não falei das manias?);
  • duas colheres (sopa) de banha;
  • duas colheres (sopa) de manteiga;
  • dois ovos inteiros;
  • uma colher (sobremesa) de fermento em pó;
  • uma ponta de cabo de colher de sal e outra de açúcar;
  • uma colher (de café) de vinagre branco.

MODO DE PREPARAR

O melhor é peneirar a farinha com o fermento, mas isso não chega a fazer diferença. Coloque tudo no processador de alimentos e bata na velocidade mais baixa, até que se forme uma bola ao redor das lâminas. Pronto. Só isso. Nada de mostrar o muque amassando.

Retire do processador, faça três bolas e reserve. Na verdade, corte a massa em quantas forem as quiches que vai fazer. Geralmente, dá para três e sobra um pouquinho, que bem esticada, até que daria para outra um pouco menor. Mas isso varia. Melhor contar só três.

Enfarinhe a superfície de trabalho e, com um rolo de pastel, abra cada pedaço de massa em um círculo pouco maior que a forma. Enrole a massa no rolo e transfira-a para a forma, ajustando o fundo e as laterais com os dedos. Perfure o fundo várias vezes com um garfo, e leve para pré-assar. Retire e reserve. Vamos ao recheio.

INGREDIENTES DO RECHEIO
  • Duas cebolas picadas;
  • um ou dois dentes de alho picados
  • cinco ou seis tomates concassé picados;
  • duas batatas cozidas e amassadas;
  • 50 g de bacon picado;
  • um fio de azeite;
  • cerca de 400 g de chester defumado (foi o sabor de hoje);
  • uma lata de milho, escorrida, ou duas espigas de milho verde;
  • uma ponta de colher de açúcar;
  • sal, pimenta e ervas a gosto.

MODO DE PREPARAR

Sobre uma panela quente, despeje um fio de azeite. Quando estiver bem quente, junte o bacon e deixe fritar bastante, até soltar toda a gordura. Acrescente a cebola e o alho e deixe fritar mais, sempre mexendo.

Adicione os tomates, os temperos, e deixe cozinhar até reduzir e desfazer os pedaços de legumes. Acrescente, por último, a batata amassada, apenas para dar corpo, uma vez que o tomate e a cebola soltam muito líquido. A partir deste ponto, a quiche terá o sabor de sua preferência. A minha de hoje, como disse, foi de peito de chester defumado.

Pique o chester em cubinhos muito pequenos e junte à espessa base de tomates preparada anteriormente. Deixe levantar fervura, acrescente o milho verde, desligue o fogo e deixe esfriar com a panela tampada. O recheio pode ser feito com vários dias de antecedência e guardado em recipiente hermeticamente fechado, na geladeira. Antes da montagem, resta detalhar a cobertura.

INGREDIENTES DA COBERTURA
  • Quatro ovos inteiros;
  • uma colher de páprica picante;
  • uma embalagem de creme de leite ou nata. 300 g, para ser exato. Portanto, se usar creme de leite de caixinha, use duas.
  • cinco ou seis colheres de queijo parmesão ralado;
  • sal e pimenta do reino a gosto.

MODO DE PREPARAR

Numa tigela funda, quebre os ovos, um a um. Bata-os com um fouet. Acrescente o creme de leite e o queijo, e continue batendo, a fim de incorporar tudo. Junte a páprica e a pimenta na quantidade desejada. Não tenha medo da ardência. É só uma questão de costume. Bata mais e reserve para a montagem.

MONTAGEM DA QUICHE

Sobre a massa que já foi pré-assada, coloque o recheio. Lembre-se de distribuir igualmente, se estiver fazendo várias. Deixe-o a um pouco mais de um dedo do limite superior da borda. Com uma concha, despeje a cobertura por igual sobre o recheio.

Leve a assar em forno quente e alto, até que o perfume domine todo o ambiente e a cobertura esteja inchada e dourada. Desligue o fogo e reserve. Pode servir quente, fria ou gelada. Um fio de bom azeite por cima é o complemento ideal.

O vinho que tomei para acompanhar, já que a fiz bem temperada, foi um tinto Carménère, mas se o tempero for mais suave, até mesmo um Chardonnay de bom corpo será excelente acompanhante. Bom apetite!

domingo, 3 de outubro de 2010

Maminha David


Essa é uma variação do Filé de Costela David, não tão charmosa, reconheço, mas cujo resultado agradou a ponto de me animar a uma postagem.

Trata-se igualmente de um assado em molho, com a finalização feita em forma aberta, a seco. É fácil de preparar, porém exige que se observem os tempos indicados, para que os temperos possam agir.

Você vai precisar de:

  • 1 peça de maminha de aproximadamente 1 kg
  • uma cebola pequena
  • dois dentes de alho
  • azeite
  • uma latinha de massa de tomate (130 gr)
  • vinho tinto
  • páprica picante
  • sal
  • pimenta
  • louro

Tempere a carne com sal e pimenta a gosto. Não tenha medo do sal, pois ele só vai na carne. Coloque em um refratário de tamanho tal que sobre pouco espaço, de modo que permita que a carne fique quase imersa no molho que será acrescentado.

Deixe a carne descansar por pelo menos uma hora. O ideal é temperá-la na véspera, cobrindo com filme plástico e deixando dormir na geladeira.

Prepare o molho iniciando com um refogado no azeite, com a cebola bem picada e o alho igualmente bem triturado. Assim que pegar cor junte a massa de tomate e use a mesma latinha para acrescentar uma medida de água e uma de vinho tinto. Coloque 1/4 de colher de chá de páprica picante, tomando cuidado com a páprica, porque se exagerar ficará apimentado demais. Se não tiver uma medida, use a ponta do cabo de uma colher de sopa, mais ou menos 1cm.

Depois que o molho ferver, desligue e espere esfriar um pouco. Despeje no refratário até quase cobrir a carne, cubra com um papel alumínio, e deixe repousar por duas horas. Leve ao forno médio (150 °C), por uma hora.

Após esse tempo, retire o molho e leve para uma panela. Volte a carne para a forma onde assou, e agora, sem qualquer cobertura e sempre com a capa de gordura para cima, termine de assar por mais trinta minutos para o ponto mal passado, por uma hora se quiser ao ponto e, para aqueles que gostam de carne bem passada eu recomendo um bife de contra-filé, bem fininho, na chapa.

Enquanto aguarda a carne terminar de assar, finalize o molho. Acrescente três folhas de louro e leve ao fogo baixo, para reduzir, por trinta minutos. Depois disso, retire o louro e sirva em uma molheira.

Harmonizou muito bem com o tempranillo aí da foto. O meu eleitorado gosta muito de pão de alho, então aproveitei o forno para dourar um pacote desses que se compra pronto. A maminha foi escolhida porque era a carne que eu tinha à mão, mas acredito que a picanha, o próprio filé de costela, um contra-filé, ou qualquer outra carne de primeira, que tenha uma boa gordura, dará ótimo resultado.

Cabe entretanto a ressalva de que os tempos mencionados para o tempero se devem ao fraco sabor da maminha, pois esta quase não possui gordura entranhada, tem apenas a capa de gordura. Carnes com gordura entranhada, como o filé de costela e a picanha podem, e devem, ter esses tempos diminuídos. Quem experimentar com outras carnes, por favor coloque um comentário.





terça-feira, 21 de setembro de 2010

Garbanzo David


Garbanzo é o nome que se dá ao nosso popular grão-de-bico em outras línguas, mas que me ocorre ser mais frequente em espanhol. Pura frescura minha, admitamos.

"Grão-de-bico - Leguminosa de pequenos frutos, cuja cor varia do amarelo ao quase negro, passando pelo vermelho. Os frutos são muito utilizados na culinária árabe. Podem ser usados cozidos inteiros em saladas, amassados em pastas ou torrados como amendoim. Torrado e moído, o grão-de-bico substitui o café, embora não tenha o seu sabor. Muitas vezes é empregado na sua falsificação e por isso, na França é chamado Pois Café e na Inglaterra Coffee Pea. De uso bastante frequente na culinária árabe, é ingrediente básico na pasta conhecida por Hummus bi tahine. (Nome científico: Cicer Arietinum.)" GOMENSORO, Maria Lucia. Pequeno Dicionário de Gastronomia. Rio de Janeiro, Ed. Objetiva, 1999.


Há algum tempo eu andava com vontade de fazer alguma preparação com grão-de-bico. Como só me ocorriam as suas formas mais manjadas, pedi sugestões a algumas pessoas "do ramo". Recebi várias respostas que um dia experimentarei, mas ainda não me havia batido "aquela" inspiração. Tinha que ser algo fácil e para servir de almoço.

Quando acontece algo assim, sempre me socorro no conceito da Sopa de pedra. Nunca falha. Veja a minha experiência.

INGREDIENTES

  • 250g de grão-de-bico;
  • 2 tomates concassé;
  • uma cebola;
  • um dente de alho;
  • meio pimentão vermelho;
  • uma beterraba;
  • azeite de oliva;
  • 50g de linguiça calabresa;
  • 50g de bacon;
  • 50g de lombo defumado;
  • 50g de paio defumado;
  • sal e pimenta a gosto.


MODO DE PREPARAR

Na noite anterior ou com, no mínimo, 7 ou 8 horas de antecedência, coloque o grão-de-bico de molho em bastante água. Escorra e coloque para cozinhar na penela de pressão, cobrindo novamente com água. Junte uma beterraba descascada e deixe por 20 minutos após o primeiro sinal de pressão do vapor saindo. Reserve. Os grãos devem ficar macios, mas ainda inteiros.

Pique os demais ingredientes e comece fritando o bacon e as demais carnes sobre um fio de azeite. Junte a cebola e o alho e deixe dourar. Adicione os tomates, acerte o tempero e deixe cozinhar até o tomate se desmanchar. Como eu pensei na palavra em espanhol, me ocorreu a tradição mexicana e coloquei muita pimenta calabresa.

Quando se houver formado um molho espesso, adicione o grão-de-bico escorrido, a beterraba fatiada e, por fim, o pimentão. Deixe levantar fervura novamente e desligue o fogo. Sirva imediatamente, acompanhado somente de arroz branco. Ficou ótimo. Sopa de pedra não fica sempre?

Não pensei em um vinho especial para acompanhar. Afinal, estava concentrado na preparação do prato, e todos sabem que Tico e Teco têm um limite pequeno para suas sinapses. Acompanhei com o Carménère que já estava sendo consumido e que não comprometeu.

domingo, 12 de setembro de 2010

Banana caramelada David

Esta é uma das sobremesas mais fáceis do planeta, e uma das que mais ibope dão. Sua 'mágica', acredito eu, está na simplicidade da preparação. Claro que há algumas 'preliminares" na minha receita, mas nada que não se possa contornar. Por exemplo, o fato de cultivar suas próprias bananas no quintal. Claro que se pode comprar a banana no supermercado, com o mesmo resultado final. Entretanto, se você tem uma touceira de bananas no quintal, colheu alguns cachos, distribuiu pela vizinhança, pelos amigos, parentes, até deu aos pedreiros do vizinho e aos vigias da escola em frente, e nem assim conseguiu esgotar seu estoque, um bom destino para elas é esta sobremesa deliciosa. Vamos a ela, portanto.

INGREDIENTES

  • 6 a 8 bananas caturras maduras;
  • 1 xícara de açúcar;
  • 2 colheres de açúcar mascavo;
  • 1 colher de café de canela em pó;
  • 1 taça de vinho branco.

MODO DE PREPARAR

Faça uma calda de caramelo: em uma frigideira quente, coloque os dois tipos de açúcar. O mascavo é apenas para dar uma cor bonita. Deixe o fogo agir por algum tempo, até que a borda do açúcar comece a ferver. Quanto mais deixar 'queimar', mais escura a calda ficará, mas também mais amarga. Esse ponto é peculiar a cada um.

Em seguida, despeje o vinho branco e deixe 'deglaçar', sem mexer. O problema de mexer a calda de caramelo é que ela ficará turva. Deixando ferver sem mexer, ela ficará cristalina. Colocar vinho branco em lugar de água é apenas uma alternativa para cortar um pouco a sensação de doçura, contribuindo também com um gostinho de uva no fundo.

Quando a calda estiver pronta, despeje sobre ela as bananas cortadas em rodelas e a canela, e deixe levantar fervura novamente. É apenas o tempo de começar a espumar. Pronto, desligue o fogo e sirva as porções individuais. Sobre cada taça ou cumbuca, coloque uma bola de sorvete de creme ou passas ao rum, e regue com um fio de vinho de sobremesa tipo Bacalhoa.

É só correr para o abraço.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Rosbife David


Rosbife (do inglês 'roast beef') é uma das preparações mais deliciosas que se pode fazer com o filet mignon. E das mais fáceis também, razão primordial para aparecer aqui.

INGREDIENTES

  • Mais ou menos 1 kg de filé mignon (sua parte central);
  • fatias finas de bacon;
  • um vidro de champignon;
  • uma caixinha de creme de leite;
  • azeite de oliva;
  • um copo de vinho branco;
  • sal e pimenta;
  • barbante comum.


MODO DE PREPARAR

Nada impede de se usar o filé inteiro. Como havia poucas pessoas para o almoço, dei-me o luxo de usar só a parte central e mais cilíndrica da peça de carne. Comece amarrando-a, a fim de manter seu formato durante a preparação, e segurar as fatias de bacon sobre ela. Em seguida, tempere-a com azeite, sal e pimenta a gosto, deixando descansar um pouco, para de pegar o gosto

Sobre azeite de boa qualidade, frite a peça de todos os lados, selando-a uniformemente. Em seguida, leve-a ao forno alto por cerca de quinze minutos. O ideal é usar a própria frigideira, desde que seu cabo não seja do tipo que se queime ou derreta, mas pode-se usar uma assadeira, sem grandes dramas.

Depois de retirar do forno, deixe a carne descansar um pouco sobre a tábua de corte, enquanto prepara o molho. Para tal, é necessário 'deglaçar' a frigideira (ou assadeira) com o vinho. Deixe reduzir um pouco e acerte o tempero. Acrescente o champignon fatiado e o creme de leite, deixando levantar fervura antes de desligar o fogo.

Retire e descarte o barbante e o bacon. Fatie a carne o mais finamente possível e regue com o molho. O miolo deverá ainda estar vermelho. Sirva acompanhando legumes cozidos no vapor ou batatas ao murro. É de comer ajoelhado na tampinha de cerveja.

UPDATE



Hoje, 12/9/2010, repeti a receita com meu grupo de apreciadores de vinho e determinamos que o vinho ideal para acompanhar esta carne é o TARAPACÁ GRAN RESERVA CABERNET SAUVIGNON. E estamos conversados. Veja a resenha aqui no Adegazinha.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Filé de costela David


Eu deveria ter vergonha de postar coisas tão banais aqui, mas pra tudo tem uma explicação. Tudo é culpa de uma série de fatores que influenciam a vida de quem mora sozinho, como já vamos ver.

Quem vive sozinho, como eu, e tem uma mínima preocupação que seja, com o que come, enfrenta alguns dilemas. Se a pessoa, ainda por cima, for "luxenta" e não gostar de repetir a mesma comida todo dia, aí mesmo que a a coisa começa a se complicar. Haja tempo e criatividade... Ainda bem que há certos truques que sempre "aliviam a barra".

Há pouco tempo conheci um novo corte de carne. Novo para mim, vamos ressaltar. Trata-se do FILÉ DE COSTELA. A primeira vez que o provei, foi num dia em que fizemos uma degustação de vinhos na minha casa, acompanhada de Tournedos e do tal filé de costela grelhados na bifeteira de ferro fundido de Divinópolis. Devo registrar que foi a carne brasileira que mais se aproximou, no meu entender, do delicioso bife de chorizo só encontrado na Argentina. O problema é que, como é uma carne muito entremeada de gordura, apronta uma tamanha sujeira que se leva quinze dias para limpar. O chão da minha cozinha ficou parecendo uma pista de patinação...

Muito bem. Eu tinha uma peça de filé de costela no freezer e não encontrava um momento de prepará-la. Sempre me lembrava da sujeira. Ontem, finalmente, deixei-a descongelando dentro da geladeira, planejando fazer algo com ela no almoço de hoje.

Outro problema de quem mora sozinho (talvez até seja o mesmo) é que tudo o que se compra é muito e tende a se estragar e perder. Eu estava com alguns tomates muito maduros que, se ficassem crus por mais um dia, teriam que ser descartados. Resolvi fazer um molho de tomates bem "pedaçudo", para depois congelar e utilizar quando pintasse uma ocasião. Só que eu já sei como sou, e aquilo seria apenas um momento intermediário antes de tudo ir para o lixo.

Hoje cedo eu tive a idéia de juntar os dois elementos que estavam à disposição. Pensei com meus botões: "- Como diz o Tiririca, pior que está não fica!" E lá fui eu. Limpei a carne o mais que pude e coloquei-a em uma assadeira funda. Temperei-a com pouco sal e pimenta do reino. Sobre ela, joguei o molho de tomate e levei tudo ao forno muito baixo, por duas horas, coberto com papel aluminizado.

Só devo dizer que tive que ter disciplina para não "enfiar o pé na jaca". Afinal, um mínimo de consideração com o perímetro na altura da cintura é desejável, quando possível.

INGREDIENTES

  • Uma peça de filé de costela (pouco mais de 1,5 Kg);
  • molho de tomates, "pedaçudo";
  • sal e pimenta do reino a gosto.


MODO DE PREPARAR

Limpe a carne, tempere-a a gosto e leve a uma assadeira refratária funda. Cubra com o molho de tomates, tampe com papel de alumínio e leve ao forno muito baixo, por cerca de duas horas. Sirva com arroz branco e legumes cozidos no vapor. É de se lamber!

O molho de tomates é aquele basicão que todos preparam. Eu frito bacon, cebola e alho, cubro com tomates concassé picados, tempero com sal, pimenta, açúcar e um fio de vinagre de arroz. Cozinho em fogo muito baixo por uma hora ou mais e pronto. Pode ser utilizado como molho de pizza, de cachorro-quente, ou qualquer outra aplicação que sua imaginação determinar.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Carne fria David


Tá! Isso náo é novidade. Todo mundo tem uma receita de 'carne fria', ou 'carne de geladeira'. Só que nossa proposta aqui no "David" é, exatamente, anotar essas receitinhas simples, manjadas, a fim de ter tudo à mão para quando alguém precisar. A carne mais frequentemente utilizada é o tatu (lagarto, em Minas Gerais), por causa do formato, mas eu já utilizei também alcatra e patinho com resultados muito bons. Vamos lá!

INGREDIENTES

  • Uma peça de tatu (lagarto) de bom tamanho. Cerca de 2 kg é uma boa medida;
  • 2 colheres de sal;
  • pimenta;
  • cebola;
  • alho;
  • azeitonas;
  • tomate;
  • pimentões coloridos;
  • vinagre de arroz;
  • vinagre balsâmico;
  • azeite de oliva.


MODO DE PREPARAR

Coloque a carne para cozinhar na panela de pressão com o sal, vinagre de arroz e um pouco de água. Cerca de meia hora após o vapor começar a apitar, desligue o fogo e deixe esfriar. O melhor é cozinhar à noite e terminar o preparo na manhã seguinte.

Separe cerca de uma xícara do líquido de cozimento, acrescente pimenta, vinagre balsâmico e azeite em um molho ralo. Cuidado com o sal.

Fatie a carne da maneira mais fina que se conseguir. Faça o mesmo com a cebola, o tomate, o alho, o pimentão e a azeitona.

Em uma vasilha funda, de preferência com tampa hermética, coloque uma camada da carne, outra dos vegetais e uma colher do molho. Repita a operação até que tudo esteja terminado. Regue com o restante do molho, se houver, e com mais um generoso fio de azeite. Cubra e leve à geladeira por mais algum tempo. Quanto mais tempo, melhor.

É ótimo para recheio de sanduíche, e até mesmo para uma refeição ligeira, com poucos acompanhamentos.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Caldo de alho-poró


INGREDIENTES:

  • Folhas de um alho-poró
  • 1 cebola
  • 2 dentes de alho
  • 50 g de bacon
  • 1 caixinha de creme de leite
  • azeite de oliva
  • sal
  • pimenta
  • água

MODO DE PREPARAR:

Quando utilizar o alho-poró para alguma coisa, não descarte as folhas verdes e um tanto duras que não forem aproveitadas. A última coisa que fiz utilizando tal ingrediente foi um delicado risoto. Lavei, piquei e congelei as folhas para uma utilização posterior, que foi este caldo.

Comece picando e fritando o alho e a cebola em um fio de azeite. Em seguida, refogue as folhas de alho-poró. Cubra com cerca de 1,5 l de água fervente, tampe a panela e deixe cozinhar por algum tempo. Deixei cerca de 20 minutos, depois de levantar fervura, em fogo baixo. Esse tempo vai variar de fogão para fogão. Portanto, verifique se as folhas já estão macias, quase se desfazendo.

Desligue o fogo e passe um mixer pela panela, a fim de triturar todo o seu conteúdo. Pode também usar um liquidificador, se for mais fácil. Em seguida, coe o caldo em uma peneira fina, descartando as partes sólidas.

Lave a panela, ou utilize uma nova. Sobre outro fio de azeite, frite o bacon até que ele solte toda a sua gordura e fique crocante. Volte com o caldo coado para a panela e espere levantar fervura, novamente. Se ficar muito denso, acrescente mais água. Em seguida, junte o creme de leite e acerte o sal e a pimenta ao seu gosto. Uma pitada de açúcar costuma "arredondar" o sabor deliciosamente. Desligue o fogo e sirva o caldo ainda quente.

Uma dica interessante é esmagar um pouco de queijo gorgonzola no fundo do prato ou cumbuca (prefiro esta) e, sobre ele, servir o caldo fervente. Acompanhe com uma baguete fresquinha e um Carménère de médio a bom e, se não espantar completamente o frio, eu não me chamo... Como é mesmo que eu me chamo? Rarará...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Queijo frescal com pimentas





Ingredientes:

  • 4 litros de leite de saquinho tipo C
  • 1 colher de sopa de iogurte natural
  • 1 colher de sopa de coalho líquido
  • 1 colher de sopa de sal
  • 4 xícaras de chá de água fervendo
  • ½ xícara de grãos de pimentas moídas

Modo de preparo:

Aquecer o leite até exatos 35°C.

À parte, misturar o iogurte, o coalho e o sal. Incorporá-los ao leite, mexendo levemente.

Deixar a mistura descansar em lugar fresco por cerca de 1 hora.

Cortar a massa resultante com uma faca inoxidável e retirar aproximadamente 4 xícaras de soro.

Acrescentar a água fervente à massa.

Colocar a mistura na forma de queijo e deixar drenar dos dois lados por cerca de uma hora.

Quando estiver bem sequinho, pode-se cobri-lo com pimentas moídas e temperos diversos. Envolver o queijo com as pimentas e em seguida com um pano limpo, pressionando um pouco.

Ajoelhar na tampinha e servir com um azeite bem bom.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Bolinho de feijão


Esta é mais uma daquelas receitas que me deixam até receoso de postar, de tão simples que é. Entretanto, ela tem história. E a história talvez seja mais interessante que a própria comida.

Bolinho de feijão, em Minas Gerais, é a mesma coisa que na Bahia se chama Acarajé. As diferenças fundamentais são que, na Bahia, os bolinhos são fritos no óleo de dendê e, em Minas, na banha de porco. Além disso, na Bahia, os acarajés são recheados com vatapá, camarão ou outras coisas. Em Minas, em certos locais, o bolinho É O RECHEIO de pão de queijo ou de pãozinho de trigo (ou 'pãozinho de sal', como lá é chamado).

Tudo bem. Eu concordo que um bolinho frito como recheio de algo não parece ser coisa que abra o apetite, mas costume é costume. Na minha família, isso não acontecia. A referência era a minha Tia-avó, que fazia um bolinho de feijão definitivamente imbatível, servido simplesmente como aperitivo ou acompanhamento para a cervejinha de lei.

Da última vez que estive em Belo Horizonte, agora, no final de maio, recuperei, com meu primo, a receita do bolinho de feijão da Tia Joanita. É ela que vai a seguir, acompanhada de uma enorme dose de nostalgia.

INGREDIENTES

  • 500 g de feijão fradinho sem casca;
  • uma colher (de café) de sal;
  • pimenta malagueta seca, a gosto (bastante). Pode ser pimenta calabresa;
  • óleo ou gordura para fritar.


MODO DE PREPARAR

Colocar o feijão em uma vasilha com bastante água. Deixar da noite para o dia ou, pelo menos, durante cinco horas. Retirar alguma casca que ainda reste boiando e drenar o feijão que já deve ter inchado.

Colocar no processador (ou liquidificador) e bater com o sal e a pimenta, até virar uma pasta. Se ficar muito denso, dificultando a moagem, pode-se colocar um pouco de água.

Transferir para uma tigela e bater com um fouet ou garfo, a fim de aerar a massa. Formar os bolinhos usando colheres e fritar na gordura bem quente, até que fiquem dourados. Escorrer e servir, de preferência, ainda quentes.

Apenas um cuidado deve ser registrado: não deixar a colher que está modelando os bolinhos tocar na gordura e, novamente, na massa. Isso fará com que a massa desande, ficando um líquido impossível de modelar.

A única dificuldade reside no feijão fradinho, que não é algo tão fácil de se encontrar. No Mercado Central de Belo Horizonte, encontra-se o feijão já quebrado e limpo. Em outros locais, se for encontrado, ele terá que ser quebrado, retirado da casca, e limpo. E isso é trabalhoso.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cuca de banana ou maçã


Massa:

  • 2 colheres de margarina
  • 1 ovo
  • 1 xíc. de açúcar mascavo
  • 100 ml de leite morno
  • 1 xícara de farinha de trigo (sugiro 1/3 de integral e 2/3 de branca)
  • 2 colheres de sopa de fermento
  • 2 bananas cortadas ao comprido ou maçãs fatiadas

Misture a margarina, o ovo e o açúcar até formar um creme. Acrescente o leite e a farinha aos poucos, alternadamente, e depois o fermento. Na assadeira, em cima da massa, coloque as fatias de fruta e por cima de tudo, a farofa.

Farofa:

  • 1 colher de margarina
  • 2 colheres de farinha
  • 2 colheres de açúcar
  • Canela

Misture tudo com um garfo, mas não muito para não virar uma massa.

Assar até ficar douradinho.

domingo, 2 de maio de 2010

Carne seca David


Não me lembro da última vez que cozinhei tão "no escuro". A história é que a Helena combinou de vir almoçar hoje comigo, mas não gostou da sugestão de peito de frango enrolado com presunto de parma que eu fiz. Disse que não gosta de frango e nem quis saber do "prosciuto". Preferiu trazer uma carne seca que havia comprado.

Eu nunca havia cozinhado carne seca antes, mas como seríamos só nós dois, não haveria problema, se desse errado. Eu sempre tenho um "back-up" para situações assim. Só que o Luiz Márcio passou aqui antes de ir fazer sua corrida matinal e disse que também viria para o almoço. Aí já éramos três pessoas para almoçar. Já começava a ficar mais sério. Além de tudo, como ontem, feriado do dia do trabalho, misteriosamente, todos os supermercados estiveram fechados, hoje foi impossível comprar algo diferente, pois as filas desanimavam qualquer cristão. O negócio era cozinhar com o que houvesse em casa.

Enquanto a Helena não chegava, fiquei pensando de que forma poderia usar a carne seca e cheguei à conclusão que o melhor seria "mascará-la" em outras preparações, de forma a que fosse mais difícil arruinar um prato por excesso de sal. Quando ela chegou, felizmente, já havia dessalgado a carne, mas continuei com meu planejamento, já que ela também não tinha nenhuma sugestão. No final das contas, a coisa até que ficou acima do que se poderia esperar, e até resolvi postar a "receita".

INGREDIENTES

  • 500g de carne seca
  • um pote de nata ou creme de leite fresco
  • 100g de queijo parmesão ralado
  • uma lata de tomate pelado
  • cebola, alho e pimenta a gosto.


MODO DE PREPARAR

Pique a carne seca e coloque-a para cozinhar em água, na panela de pressão. Dez minutos depois que começar a soltar vapor são suficientes. Escorra e reserve.

Refogue alho e cebola, à vontade, sobre azeite de oliva. Junte uma lata de tomates pelados e deixe cozinhar até dissolver todo o tomate. Pode ajudar com uma colher. Adicione pimenta malagueta a gosto e continue a cozinhar. Isso deve demorar cerca de 20 minutos.

Junte a carne seca cozida e escorrida e cozinhe mais algum tempo. Cerca de 10 minutos, mexendo para incorporar tudo. Em seguida, coloque em um refratário que possa ir à mesa, cubra com o creme de leite misturado com o parmesão ralado e leve ao forno para gratinar.

Sirva com arroz branco, batatas ao murro e acompanhe com um bom vinho. O vinho do dia foi o Norton Tempranillo, que esteve perfeito!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Queijo da Canastra curado no azeite de oliva

Eu nem ia fazer este post, pois a tônica do David são as receitas simples, fáceis e, se possível, baratas. E, na verdade, esta preparação é difícil, não pela complexidade da elaboração, mas pela raridade de seu principal ingrediente, o queijo da Canastra.

Por outro lado, o processo é tão ridiculamente simples, que resolvi descrevê-lo, pois quem se interessar pode fazer as adaptações necessárias. Vamos lá, portanto.

INGREDIENTES

  • 1 queijo da Canastra ou do Serro
  • 1 litro de azeite de oliva extra-virgem e de baixa acidez
  • pimenta calabresa a gosto
  • orégano a gosto

MODO DE PREPARAR

Lave e seque muito bem um queijo de bom tamanho e altura. Coloque-o em um recipiente fundo e cubra-o completamente com azeite de oliva. Adicione a pimenta calabresa e guarde em local protegido e escuro por, no mínimo, um mês. Vire o queijo algumas vezes nesse período, verificando que nenhuma parte dele fique de fora do azeite.

A partir de 8 ou 10 dias, a gordura do queijo começará a sair, sendo substituída pelo azeite. Deve-se retirá-la, sempre que possível.

Havendo paciência de deixar a preparação em repouso por mais de um mês, pode-se deixá-la. Aliás, deve-se. Quanto mais tempo durar a cura, melhor o resultado.

Antes de cortar e servir o queijo, drene-o totalmente e coe o azeite, que poderá ser reutilizado. Salpique mais pimenta calabresa e orégano sobre o queijo e sirva junto com o azeite, que estará com o aroma do queijo. Um bom Merlot ou Carménère e pão francês fresquinho são os acompanhamentos ideais.

A grande dificuldade de tudo isso é conseguir um bom queijo, caso não se esteja em Minas Gerais. Mesmo lá, não anda sendo fácil encontrar um queijo que cure. Para tanto, ele não pode ter ido à geladeira, não pode ter sido acondicionado em saco plástico e deve ter sido elaborado com leite cru. O contrário de tudo o que a Vigilância Sanitária vem exigindo, talvez numa tentativa de acabar com uma deliciosa "marca registrada" mineira.

domingo, 11 de abril de 2010

Lombo David recheado e enrolado



Este prato foi um pretexto para eu utilizar uma geléia de pimenta que ganhei do Abel essa semana. Procurei na internet alguma receita com a geléia e encontrei uma que, claro, tivemos que adaptar, e ficou bem boa. O lombo ganhou então o acompanhamento de um arroz com salsão e pimenta dedo de moça e de uma caipirinha com a Fortuna de Minas, Schweppes, limão, açúcar e gelo.


Ingredientes:

  • lombo de porco
  • sal
  • pimenta-do-reino branca
  • limão
  • azeite
  • alho amassado
  • ervas finas
  • alecrim
  • presunto sem capa de gordura em fatias
  • geleia de pimenta


MODO DE PREPARAR

Abra o lombo como um grande bife. Tempere-o com sal, pimenta, limão, azeite, alho, ervas finas, alecrim e vinho. Forre a carne com fatias de presunto e enrole como um rocambole. Deixe tomar gosto por 2 horas ou de um dia para o outro. Pincele com o shoyu e leve ao forno numa travessa coberta com papel alumínio. Quando a carne estiver assada, retire o papel alumínio e deixe-a corar um pouco. Depois pincele a geléia de pimenta pela superfície do lombo.

sábado, 10 de abril de 2010

Bolo de Maçãs David

INGREDIENTES
  • 2 xícaras de chá de açúcar
  • 2 xícaras de chá de farinha de trigo
  • 1 xícara de chá de nozes, castanhas-do-pará picadas ou amêndoas ou as 3 juntas
  • ¾ de xícara de chá de óleo de canola
  • 3 ovos inteiros
  • 1 colher de chá de bicarbonato dissolvido em 2 colheres de sopa de leite
  • 1 colher de chá de canela em pó
  • Passas à vontade
  • 4 maçãs, sem casca, picadas
  • Uma pitada de sal

MODO DE PREPARAR

Bater tudo menos a maçã, as castanhas e as passas, que serão misturadas depois com uma colher ou um pão duro. Usar forma untada e com buraco no meio. Assar em forno pré-aquecido por mais ou menos 40 ou 50 minutos a 180º. É demorado. Vá espetando um garfo ou uma faca para testar.

Peneire por cima do bolo, ainda quente, um pouco de açúcar de confeiteiro. Dá um toque especial e não é enjoativo.

A massa fica bem grossa mesmo, não ponha mais leite nem óleo além do recomendado.

domingo, 28 de março de 2010

Porco agridoce David


Eu gosto muito de comida chinesa ou, pelo menos, de 'inspiração chinesa'. Só que há tempos não preparava um prato, por falta de oportunidade, em razão dos convivas usuais torcerem um pouco a cara para ela, sempre que propunha. Em seguida, quando juntamos um grupinho coeso e disposto a tomar vinho seriamente, da mesma forma, a comida oriental ficou meio de lado, pela dificuldade de harmonização.

Ontem à noite, como combinamos uma "sessão de vinhos" meio improvisada na minha casa, pensei em, finalmente, explorar uma possível combinação de vinhos ocidentais com refeição oriental. O escolhido foi este Porco agridoce, que o Pascoal apelidou de Porco xadrez. Que seja! O nome não tem tanta importância.

Como sempre acontece nas receitas aqui postadas, esta também é muito simples, embora sejam necessárias algumas explicações de termos e condimentos, pois a substituição e adaptação é sempre possível.

INGREDIENTES
  • 500 g de carne de porco (lombinho ou filezinho, de preferência)
  • duas ou três cebolas de bom tamanho
  • duas ou três cenouras grandes
  • meio abacaxi
  • alho e alho desidratado, à vontade
  • molho de ostra
  • shoyu
  • óleo de gergelim ou azeite
  • um alho-poró grande
  • um pimentão vermelho
  • amendoim torrado ou castanha de caju picada
  • hung-liu (pó de 5 aromas)
  • pimenta calabresa
  • maisena
  • açúcar mascavo
  • vinagre de arroz
  • saquê ou brandy
  • katchup
  • gergelim torrado
  • gengibre ralado ou em pó
  • sal e pimenta do reino

MODO DE PREPARAR

1- Molho agridoce

Existem centenas de variações deste simpático molhinho. Esta foi a que achei mais adequada para a proposta da noite. Em uma panela pequena coloque duas colheres de sopa de açúcar mascavo, três colheres de sopa de vinagre de arroz, duas colheres de sopa de katchup, uma colher de sopa de óleo ou azeite, sal e pimenta do reino branca à vontade. Misture tudo muito bem, usando um fouet, e leve ao fogo, mexendo sem parar, até que tudo se dissolva e comece a brilhar. Disponha em uma molheira para que cada um se sirva a gosto.

2- Porco agridoce

Uma das características da culinária chinesa é a utilização de fogo muito forte para um cozimento rapidíssimo dos ingredientes, que ficam cozidos mas crocantes. Assim sendo, se normalmente já é uma boa medida fazer um prévio mise-en-place, ao fazer comida oriental, isso é praticamente obrigatório, pela aceleração que o processo toma em certo momento. Assim sendo, algum tempo antes de começar a cozinhar, é necessário limpar, picar, medir, temperar, separar e organizar tudo o que será utilizado.

Comece com a carne de porco, obviamente. Limpe-a, retirando o excesso de gordura que não for desejável e corte tudo em cubos da espessura de um dedo, mais ou menos. Coloque em uma tigela e tempere com vinagre de arroz, gengibre, pimenta branca, óleo ou azeite, saquê ou brandy e uma colher de chá de maisena. Envolva todos os cubinhos nesta mistura, cubra com um filme plástico e mantenha na geladeira até o momento de utilizar.

Descasque e pique as cebolas na metade e depois, cada metade, em quatro. Reserve. Esta é a parte das cebolas que serão consideradas ingredientes. Metade de uma cebola será considerada condimento e para tanto, deverá ser picada bem miúda, ou ralada. Da mesma forma, pique junto ou amasse quanto alho desejar. Um ou dois dentes são suficientes para a maioria dos paladares. Reserve separado do restante da cebola.

Pique as cenouras com a faca em diagonal e girando a cenoura um quarto de volta antes do próximo corte, para que os pedaços fiquem ligeiramente "piramidais". É só um charminho, não tem nenhuma razão prática. Pode-se picá-las em rodelas retas com o mesmo resultado no sabor. Cozinhe no vapor até que estejam "al dente". Reserve em outra tigela coberta.

Retire as folhas do alho-poró, lave-o abundantemente em água corrente, corte em quatro no sentido do comprimento e depois pique perpendicularmente em fatias de cerca da largura de um dedo. Reserve. Descasque e pique também o abacaxi em pedaços semelhantes. Faça o mesmo com o pimentão. Pique as castanhas, ou retire a casquinha marrom dos amendoins e reserve.

Detalhando assim, pode parecer muito trabalhoso, mas não é. Qualquer cozinheiro tem que preparar previamente o que vai cozinhar. Eu apenas listei as coisas que são feitas quase que automaticamente. Agora é que vai começar a preparação do prato propriamente dita. Será necessária a utilização de uma grande wok ou de uma frigideira igualmente grande.

Escolha a boca de fogo mais potente e aí aqueça a panela. Coloque bastante óleo e deixe-o também se aquecer bastante. O uso de óleo de gergelim é interessante porque ele resiste a temperaturas maiores, sem se queimar. Mas atenção: nos mercados existem dois tipos de óleo de gergelim. Um escuro, que faz parte da culinária árabe, e outro claro, que entra na culinária oriental. Este último é o recomendado, pois o outro foi extraído do gergelim torrado e não suporta tanto calor.

Deste ponto em diante, tudo acontecerá em uma velocidade muito alta. Comece fritando a cebola e alho picadinhos. Segundos depois, a mistura já estará dourada, e é hora de entrar com a carne. Não precisa escorrer a vinha d'alhos em que ficou marinando, mas é necessário mexer incessantemente, a fim de não queimar uma parte, deixando a outra crua. Adicione o molho de ostras à vontade. Mais uma vez, uma ou duas colheres de sopa são o suficiente para a maioria dos paladares. Molho de ostras pode ser encontrado em qualquer loja de artigos orientais e entra em várias preparações que não têm, necessariamente, relação com frutos do mar. É salgado, portanto, cuidado com a quantidade do sal que adicionar posteriormente. Após sua total incorporação, adicione pimenta calabresa à vontade e regue com shoyu.

Sempre mexendo e revirando a mistura, junte sucessivamente, os demais ingredientes, cozinhando-os rapidamente. Ajuste o sal, desligue o fogo, polvilhe com bastante hung-liu e com a castanha ou amendoim e abafe, até o momento de servir. Hung-liu também chamado pó-de-cinco-aromas é um condimento que se podia encontrar com facilidade nas lojinhas orientais. Ultimamente, tem sido mais difícil, mas eu ainda consigo comprá-lo no Mercado Central, em Belo Horizonte. Cada um pode também prepará-lo, misturando partes iguais de anis-estrelado, canela, erva-doce, cravo e gengibre, tudo em pó. Seus aromas são fantásticos, fazendo salivar instantaneamente.

Sirva a refeição com o molho agridoce antes mencionado e com arroz chinês colorido, que nada mais é que um arroz preparado da forma usual, mas sobre o qual se despejou, em fio, um ou dois ovos batidos, pouco antes de toda a água se evaporar.

Ontem nós incorporamos algumas lições importantes relativas à harmonização dos vinhos. Provamos três novos vinhos. Dois Cabernet Sauvignon e um Syrah. Começamos com um Cabernet uruguaio que se revelou perfeitamente dispensável na nossa experiência. É o Dom Pascual Roble. Em seguida, provamos um Syrah argentino muito gostoso, mas cujo paladar nos foi difícil situar. Trata-se do D.V. Catena. O terceiro vinho da noite, e aquele que mais agradou na prova foi o Cabernet argentino Finca Perdriel Terruño. Todas as resenhas, como sempre, estão no nosso blog de vinhos, o Adegazinha.

Quando provamos cada um dos vinhos acompanhando a refeição, tudo foi subvertido. O pior vinho da noite, o Dom Pascual, continuou ruim, mas não piorou e nem comprometeu o que se comia. O vinho que mais havia agradado, o Finca Perdriel, ficou horrível e também deixou a comida desagradável. Já o Syrah D.V. Catena, não só se valorizou, como também valorizou a refeição. Foi um resultado inesperado. Embora imaginássemos que seria difícil acertar um vinho com comida de sabores tão múltiplos e variados, nunca poderíamos suspeitar de resultados tão surpreendentes.

Assim é a vida, não? Quanto mais se vive, mais se aprende. Bom apetite!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Linguado ao forno David, com batatas ao murro


O feriado de ontem na cidade foi apenas mais um motivo para nosso pequeno grupo se reunir, comer e beber, claro. A proposta era tomar espumantes com algo leve, numa despedida do verão que se recusa a ir definitivamente.

Lembrei-me do excelente Robalo que meu irmão Silas fez há alguns dias, pedi-lhe detalhes de sua preparação e montei minha própria versão, usando Linguado como base. Só posso adiantar que é o tipo de comida que o gato não come: não sobra pra ele!

INGREDIENTES

  • 2 quilos de linguado
  • 150 ml de vinho branco (usei um Chardonnay chileno)
  • 50 ml de vinagre balsâmico
  • 100 ml de azeite de oliva extra-virgem
  • 3 ou 4 cebolas de bom tamanho
  • um grande pimentão amarelo
  • 1 kg de tomates concassé
  • 1 kg de batatas miúdas
  • alcaparras, à vontade
  • sal
  • pimenta do reino moída na hora
  • uma colher (sobremesa) de estragão desidratado
  • alho desidratado
  • aipo em pó


MODO DE PREPARAR

Caso o peixe esteja congelado ou não vá ser preparado no momento em que for comprado, coloque-o em um refratário e espalhe bastante limão sobre ele. Cubra-o com um filme plástico e mantenha na geladeira até o momento de iniciar a preparação. Este é um cuidado básico de segurança, a ser tomado sempre que se utilizam frutos do mar.

Comece preparando as batatas. Caso não consiga encontrar aquelas batatinha bem pequenas, utilizadas para conserva, escolha as menores que puder. Lave-as minuciosamente e cozinhe em bastante água salgada. Após escorrer a água, enquanto ainda estiverem um pouco quentes, amasse-as com as mãos, ou dê-lhes uma pequena pancada, a fim de quebrar a frágil casca. Organize-as em um refratário que possa ir à mesa, regue com bastante azeite de oliva, salpique sal e bastante alho desidratado. Reserve.

Algum tempo antes de assar o peixe, retire-o da geladeira, lave-o com cuidado, retirando todo o sinal de limão, e prepare uma vinha d'alhos em que se misturam o vinho, o azeite, o estragão, a pimenta, sal e aipo em pó. A "mágica" do aipo em pó é que, com a sua utilização, além do aroma característico obtido, pode-se usar menos sal, o que é sempre prudente.

Corte o peixe em pedaços equivalentes a uma porção e arrume-o sobre outro refratário que possa ir à mesa, e sobre o qual já foi feita uma "cama" de cebolas cortadas à julienne. Salpique sal, de preferência marinho e moído na hora, pimentas, e derrame a vinha d'alhos por cima. Cubra com um novo filme plástico e volte com ele para a geladeira, até o momento de assar.

Antes de levar ao forno, cubra o peixe com mais cebola, o pimentão amarelo e o tomate, também cortados à julienne, salpique mais pimenta do reino, caso goste, e derrame mais um fio de azeite sobre tudo. Cubra com papel alumínio e leve ao forno baixo por 30 a 45 minutos. Depois desse tempo, retire o alumínio e coloque no forno o refratário com as batatas. Eleve a temperatura do forno à máxima e deixe cerca de 15 minutos. Após esse tempo, desligue o forno e deixe os refratários lá dentro, até o momento de levá-los à mesa. Salpique bastante alcaparra e sirva com arroz branco.

O vinho que melhor se comportou com este peixe foi o prosecco Valdo, mas o cava Codorníu também harmonizou perfeitamente.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pasta al gamberi David


INGREDIENTES

  • 500 g da pasta de sua preferência (talharim, por exemplo)
  • 500 g de camarões de bom tamanho, sem casca
  • 500 g de tomate concassé
  • Duas cebolas de bom tamanho
  • 3 dentes de alho de bom tamanho
  • 50 g de bacon picado
  • Um fio de azeite de oliva
  • Sal, açúcar, estragão e pimenta a gosto.


MODO DE PREPARAR

Primeiro o tomate. Retire o cabinho e faça uma cruz na outra extremidade. Mergulhe-o na água fervendo e, imediatamente, em água gelada ou corrente. Agora é só puxar a casca, que sairá com a maior facilidade. Retire e descarte as sementes e pique o tomate bem miúdo. Reserve. Tomate concassé é apenas o tomate sem pele e sem sementes.

Pique o bacon, o alho e a cebola e reserve. Ferva uma boa quantidade de água salgada e despeje sobre o camarão. Reserve.

Em uma panela funda e quente, coloque um fio de azeite. O macete de esquentar a panela antes de colocar a gordura é para que se reduza o risco de a comida agarrar no fundo. Sobre o azeite bem quente, frite o bacon até que toda sua gordura tenha sido extraída e ele esteja dourado. Agora frite a cebola e o alho, desprendendo seus aromas, mas cuidando para não queimar. Agora é a hora do tomate. Acrescente-o, mexa bastante e deixe cozinhar. Mexa de vez em quando e deixe reduzir os líquidos que se desprendem. Tempere com sal, pimenta e uma colherinha de açúcar para destacar o sal e cortar a acidez do tomate. Perfume com um pouco de estragão desidratado ou outra erva de sua preferência.

Após vinte ou trinta minutos em fogo brando, o molho estará pronto. Reserve-o. Quando os convidados chegarem, coloque uma panela grande com água e sal a ferver e comece com os vinhos que, afinal de contas, são o motivo das reuniões. Um belo rosé é a pedida certa para este prato. Uma sugestão, caso se consiga encontrá-lo, é o Norton Mil Rosas.

Quando for hora da refeição, coloque a pasta para cozinhar e, no mesmo momento, acrescente o camarão ao molho de tomates, ligando o fogo. Assim que levantar fervura, desligue o fogo e reserve. Deixe a pasta ficar al dente, escorra-a e junte ao molho, em um recipiente fundo que possa ir à mesa. Normalmente, pastas com molhos de frutos do mar não requerem parmesão ralado por cima. Mas as regras foram feitas para ser quebradas e, se alguém o desejar, não há nenhum problema em servi-lo. A regra que nosso grupinho segue com mais fervor é a de preparar comidas simples, fáceis de preparar, e que destaquem os vinhos e o prazer da companhia.

Bom apetite!