segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Minha versão da Paella

A paella, assim como a feijoada, o carreteiro, o feijão tropeiro, a bouilabasse, o yakissoba e tantos outros, são pratos, originalmente, de gente pobre. Gente que aproveitava o que estivesse à mão, a fim de não morrer de fome. Com o passar do tempo, o aperfeiçoamento das técnicas e a sofisticação dos ingredientes, tornaram-se pratos requisitados e sofisticados.

A paella, especificamente, originária do interior da Espanha, aproveitava o arroz cultivado nas pequenas propriedades e nele era acrescentado um pedaço de linguiça ou salame, alguma ave caçada nas redondezas, talvez um coelho que não conseguisse escapar, e tudo era temperado com o pistilo de uma flor do mato, o açafrão. Um dia alguém levou aquela idéia para o litoral e acrescentou os frutos do mar. Estava consagrado o prato mais conhecido da Espanha e com tantas variações quantas são os cozinheiros que o preparam.

Minha versão, claro, é adaptada ao meu gosto, à disponibilidade de frutos do mar aqui da ilha e ao número de pessoas convidadas. Basicamente, é o seguinte, com as variações que vou introduzindo a cada experimento:

Ingredientes (para 10 pessoas):

  • duas xícaras de arroz branco
  • 500 g de cebola
  • 500 g de tomates concassé
  • 4 ou 5 dentes de alho
  • 1 pimentão vermelho
  • 1 pacote de ervilhas congeladas
  • 500 g de camarões descascados, de bom tamanho
  • 500 g de mariscos
  • 250 g de carne de siri desfiada
  • 500 g de linguiça defumada, sem a tripa e picada
  • 500 g de filé de peito de frango cortado em cubinhos
  • bacon e azeite de oliva a gosto
  • 1 embalagem de açafrão espanhol ou uma colher de chá de cúrcuma
  • 1 embalagem de hondashi (caldo de peixe em pó)
  • sal e pimenta a gosto

Modo de preparar:

Comece com o arroz. Para desgosto dos puristas, eu preparo o arroz à parte. Deve ser um arroz seco e soltinho, temperado a seu gosto, com o acréscimo do açafrão ou cúrcuma. Reserve.

Em uma frigideira própria, bem grande e aberta, aqueça bastante azeite de oliva, ali fritando o bacon, a cebola e o alho. Quando a cebola começar a ficar macia e transparente, acrescente o hondashi e o tomate e continue a cozinhar, enquanto ele se desmancha. Acrescente o frango e deixe cozinhar. A cada acréscimo de um ingrediente, corrija o tempero a seu gosto.

O próximo ingrediente a ir para a panela é a linguiça picada. Depois que estiver bem incorporada, acrescente a carne de siri e os mariscos. O camarão vem logo depois e não deve cozinhar por muito tempo, a fim de não endurecer.

Coloque o pimentão e, logo em seguida, a ervilha congelada. Desligue o fogo, junte o arroz previamente cozido, incorpore, decore com camarões grandes ou lagostins e sirva.

A de hoje foi acompanhada do vinho Amalaya de Colomé Assemblage que harmonizou perfeitamente. Um bom carménère também já foi experimentado, com ótimo resultado.

E, para encerrar de vez o suspense a respeito da "piada interna" que envolve o nome do blog, hoje David estava distraído e apareceu em uma foto. Veja abaixo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário